Os três agentes, que atuavam na Delegacia de Caruaru, no
Agreste, foram alvo da Operação Bis In Idem, deflagrada na quarta-feira (29).
Entre os intens sequestrados judicialmente estão imóveis, carros e contas
bancárias. s três policiais civis presos no interior de Pernambuco e autuados
por corrupção e lavagem de dinheiro foram alvo de um sequestro milionário de
bens determinado pela Justiça. Segundo a Polícia Civil, chega a R$ 5 milhões o
patrimônio bloqueado por solicitação da Operação Bis In Idem, deflagrada na quarta-feira (29). Entre os itens adquiridos
pelos agentes da delegacia de Plantão de Caruaru, no Agreste, estão carros,
caminhões, imóveis e contas bancárias.
Na manhã desta quinta-feira (30), a polícia apresentou o
balanço da operação, no Grupo de Operações Especiais (GOE), na Zona Oeste do
Recife. Além dos três policiais civis, foi preso um homem que se passava por
integrante da corporação para praticar a série de crimes e obter vantagens
financeiras.
Segundo o delegado Ramon Teixeira, a ostentação do
patrimônio chamou a atenção dos investigadores. “Constatamos a evolução
exponencial do patrimônio dos investigados. Eles não têm como comprovar a
origem desses recursos, o que reforça o embasamento do trabalho policial”,
ressaltou Teixeira.
Para a polícia, essa evolução patrimonial evidencia,
ainda, os indícios de lavagem de dinheiro, conforme destacou a Justiça de
Caruaru ao expedir os mandados de bloqueios dos bens. “São ganhos incompatíveis
com os salários deles”, reforçou o delegado.
Ramon Teixeira destacou que, até o momento, a polícia
identificou 10 vítimas da quadrilha. São pessoas que não se renderam às
exigências financeiras feitas por eles para encontrar e recuperar carros e
cargas roubados. “Acredito que, agora, vão aparecer mais vítimas. São pessoas
que pagaram esses resgates de veículos e cargas”, acrescentou u o delegado do
GOE.
Esquema
O esquema montado da Delegacia de Plantão de Caruaru foi
descoberto a partir de denúncias feitas em setembro de 2016. Gerentes e
funcionários de uma empresa transportadora de bens e mercadorias de Goiânia
(GO) envolveram os policiais investigados com a prática de solicitações
indevidas para resgatar uma carga roubada.
Um dos investigados, segundo a polícia, condicionou a
localização e a recuperação de um caminhão e de uma carreta da empresa ao
pagamento de quantias correspondentes a 30% do valor de mercado dos veículos.
Nesse momento, o GOE começou a apurar o caso e identificou que aquela cobrança
ilegal não era um fato isolado.
“Os policiais chegaram a cobrar uma quantia exorbitante a
um empresário para abortar uma investigação contra ele”, disse Teixeira. Também
era prática do grupo pedir uma espécie de ‘diária’ para manter na delegacia,
sob custódia, o carro encontrado depois do roubo.
Na entrevista coletiva, o delegado ressaltou que a
operação está em andamento. O objetivo agora é reunir mais provas para garantir
a permanência dos envolvidos na prisão. “A maioria dos policiais presos não
quer colaborar. Diz que só fala em juízo”, comentou o delegado.
A polícia quer saber se a organização também participava
de roubos e furtos de carros e mercadorias. “Vamos investigar, pois eles tinham
muita facilidade para encontrar veículos levados por bandidos, sobretudo, em
outros estados”, comentou.
Ramon Teixeira esclareceu que o homem que foi preso e não
é policial civil dizia a vítimas que era da corporação. Ele foi preso por porte
de armas. O policial militar levado para prestar depoimento na quarta-feira, na
sede do GOE, também está sob investigação. “Queremos saber se outros policias
dessa ou de outra corporação também integravam a quadrilha”, declarou.
Além das autuações, os policiais civis serão alvo de
inquéritos administrativos. “Muitos desses crimes praticados por eles são
punidos com a demissão da corporação”, informou Teixeira.
Veja a lista de crimes atribuídos ao grupo
Concussão é
a exigência, em razão da função pública, de uma vantagem indevida.
Corrupção Passiva é
a solicitação ou o recebimento, em razão da função pública, de uma vantagem
indevida, ou ainda a aceitação da promessa dessa vantagem.
Corrupção Ativa é
o oferecimento ou a promessa de vantagem indevida a funcionário público, para
que ele pratique, omita ou retarde um ato próprio de seu trabalho.
Lavagem de dinheiro é
a ocultação ou a dissimulação da natureza, origem, localização ou a propriedade
de bens, direitos ou valores provenientes de crime.
A operação
A Polícia Civil cumpriu quatro mandados de prisão, um de
condução coercitiva contra um policial militar e 11 de busca e apreensão, em
Caruaru, Gravatá e Garanhuns. A ação foi coordenada pelo Grupo de Operações
Especiais (GOE), no Recife.
No dia ação, o chefe da Polícia Civil, Joselito do
Amaral, informou também que seis caminhões e caminhonetes foram apreendidos com
a organização criminosa. Um depósito foi encontrado em Caruaru, no Agreste, os
veículos achados no local serão periciados para a polícia saber se eles têm
relação com o esquema de extorsão
Todos os envolvidos presos foram levados à sede do Grupo
Operações Especiais (GOE), no bairro do Cordeiro, onde foram ouvido e depois
encaminhados para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na Região
Metropolitana do Recife. A polícia informou que vai oferecer a eles a
possibilidade de participar de delação premiada.
Nome
Esta foi a 47ª operação de repressão qualificada
deflagrada este ano pela polícia. Bis In Idem consiste na repetição de uma
sanção sobre mesmo fato. No direito penal, um indivíduo não pode ser punido
pelo mesmo crime mais de uma vez. No caso dessa investigação, as pessoas eram
lesadas por bandidos e depois por policiais que faziam as cobranças para liberar
as mercadorias e carros roubados.
Isso aí não chamamos de policiais não... Eu chamo de bandidos!!!
ResponderExcluirIsso aí não chamamos de policiais não... Eu chamo de bandidos!!!
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