A Multiclick Brasil, investigada por suspeita de ser uma
pirâmide financeira, procurou a Justiça para evitar que suas contas e
atividades sejam bloqueadas. O congelamento foi a tática adotada por
promotores e procuradores da República contra Telexfree
, BBom e Priples, acusadas da mesma fraude. A Multiclick é a empresa
para a qual o ator Sandro Rocha, um dos principais
garotos-propaganda informais da Telexfree, migrou depois do bloqueio
dessa empresa. Assim como as três empresas já bloqueadas, a
Multiclick Brasil informa atuar por meio do marketing multinível,
sistema em que revendedores autônomos são premiados pelas vendas de
outros comerciantes que atraem para a rede. A diferença desse modelo
legal de varejo para
as pirâmides é que, nas fraudes, o faturamento da empresa depende mais
das taxas de adesão pagas pelos revendedores do que dos produtos ou
serviços em si. Na Multiclick, o interessado deve pagar taxas de adesão
que
variam de R$ 600,00 a R$ 2.750,00 o que lhe dá direito a colocar
anúncios na
internet. Os investimentos permitem lucros de R$ 160,00 e R$ 800,00 por
mês,
respectivamente. A empresa informa em seu site que seus produtos são
desenvolvimento de site e compartilhamento em rede social. Para ter
ganhos mais expressivos, porém, é necessário indicar mais integrantes.
"Você não precisa vender nada, não precisa indicar ninguém e você já
está ganhando. (...) Mas você vai perceber que pessoas irão lhe procurar
(...) E você vai indicar pessoas se quiser, e pode ter certeza, se você
indicar pessoas, você vai ganhar muito dinherio nesse negócio além do
que você já esará ganhando", informa um vídeo de divulgação da
Multiclick disponível na página da empresa.
Tal modelo de negócios colocou a Multiclick na lista de 31
investigadas por uma força-tarefa nacional de combate a pirâmides
financeiras
. Ao menos dois ministérios públicos estaduais abriram inquéritos contra
a empresa: o de Santa Catarina (MP-SC), em junho, e o de
Rio Grande do Norte (RN), em julho. Os advogados da Mutliclick, então,
fizeram ao menos dois
pedidos à Justiça para tentar evitar que os promotores exigissem que as
contas e as atividades da empresa fossem bloqueadas. A medida foi
adotada contra Telexfree
, BBom
e Priples
, com a justificativa de garantir a devolução do dinheiro aos
investidores. O primeiro mandado de segurança chegou à Justiça Federal
em Santa Catarina em 22 de julho. Na ação, os advogados pedem que os
bens, contas bancárias, produtos e serviços da empresa não sejam
bloqueados e que ela continue a poder ampliar sua rede de integrantes. A
juíza Ana Carine Busato Daros, da 2ª Vara da porém, não aceitou o
pedido e determinou a extinção da ação. Na quarta-feira (7), um pedido
semelhante chegou à 4ª
Vara da Fazenda Pública de Natal (RN). Os advogados argumentam que a
Mutliclick não é pirâmide financeira e que suas atividades estão sendo
investigadas por engano. O processo foi colocado sob segredo de Justiça e
ainda não houve uma decisão sobre as solicitações da empresa.
Dono diz que não há inquéritos
Apesar da existência desses dois inquéritos, o presidente
da empresa, Wagner Alves, diz, em vídeo, disponível na internet desde o
fim de julho, que a empresa está livre de investigações. “Nós não temos mais nenhum tipo de investigação contra
nós. Nós fomos investigados e a Justiça decidiu que a Multiclick Brasil é
uma empresa legal e deve continuar as suas atividades normalmente,
tranquilamente”, explica Alves no vídeo. “Por isso fique tranquilo,
divulgue isso para a sua rede, divulgue isso para sua equipe porque a
Mutliclick Brasil veio para ficar.”
Fonte: IG Economia
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