Ato público no Bairro Mandacaru cobra políticas de proteção às mulheres petrolinenses

 
Mais de 500 pessoas participaram, no final da tarde de hoje (6) no bairro Mandacaru, de um ato público em repúdio à violência contra as mulheres. A mobilização, que contou com a presença dos deputados estaduais Odacy Amorim e Isabel Cristina, além de vários vereadores da Casa Plínio Amorim e de lideranças comunitárias e religiosas – entre outros segmentos da sociedade –, fez parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher (8 de março). A escolha do Mandacaru para abrigar o evento foi emblemática: no último dia 19 de fevereiro, a comunitária Clésia Maria Batista, de 26 anos, que residia no bairro, foi encontrada morta dentro da fossa de sua própria residência, depois de quase uma semana desaparecida. A polícia constatou que ela também tinha sido decapitada. O principal suspeito é o companheiro de Clésia, Marconibus Antônio Barbosa, 35, que ainda se encontra foragido. Principais organizadoras do movimento, as vereadoras Cristina Costa e Maria Elena falaram do seu papel enquanto legisladoras, convocando os petrolinenses a darem um “basta” à onda de violência que atinge as mulheres – vítimas, na maioria dos casos, de seus parceiros ou familiares. Durante o ato, que percorreu cerca de dois quilômetros da Avenida 12, houve espaço também para depoimentos emocionados, a exemplo de familiares da técnica de enfermagem Cleaci Souza Rodrigues, desaparecida há três anos. Outro momento marcante foi a da jovem Huana Samlla Carvalho de Melo, 18, a quem o assassinato de sua mãe, a professora Maria das Graças de Carvalho (ocorrido em 2009), cometido pelo seu padrasto, ainda lhe deixa feridas difíceis de ser superadas. “Choro todos os dias, mas estou tentando superar esse pesadelo com a força dos meus amigos e da família”, contou Huana. O assassino da Professora Gracinha, como era conhecida, continua solto, mas ela diz ainda sonhar em vê-lo atrás das grades. Uma foto da ex-vereadora Maria Maga, assassinada em 2005, também foi levada ao evento.

Encerramento
Outra participante que fez questão de prestigiar a passeata foi a professora universitária Amanda Figueroa. Ela ganhou notoriedade na região depois de ter ido parar no hospital com os dois olhos roxos e suspeitas de fratura no rosto, consequências das agressões que sofreu do ex-namorado, Teócrito Amorim. Apesar disso, ela não se intimidou e o denunciou à Polícia. “Este é um momento de nos unirmos com os poderes públicos e com as entidades para brigarmos por justiça e punição. É isso que vai fazer com que se reprima essa onda de violência pela qual vivemos não só em Petrolina, mas no Brasil como um todo”, ponderou. Representante da União Brasileira de Mulheres (UBM) na cidade, a professora Socorro Lacerda era uma das mais empolgadas com o resultado do evento. Num rápido discurso, ela voltou a dizer que ninguém aceitará a transferência da Delegacia Especializada da Mulher (Deam), do Centro da cidade para a Área de Segurança Integrada (AIS), no 5° Batalhão. Ela também aproveitou para cobrar das esferas de poder a elaboração de políticas públicas que garantam os direitos das mulheres. O ato foi encerrado em frente à residência n° 993, onde Clésia morava. Com várias faixas contra a violência, os participantes assistiram a uma esquete intitulada “Guerra e Paz”, de dois artistas locais – Cássio Lucena e Rogério Pilé. Em seguida, as autoridades presentes ao evento discursaram sobre o tema e, no final, um abaixo-assinado foi entregue ao delegado de Polícia Civil Magno Neves. O documento contém as principais reivindicações das entidades de defesa das mulheres. Além da permanência da Deam no Centro, elas exigem um serviço de plantão 24 horas na delegacia, que hoje não existe.

Fonte: Blog do Carlos Britto

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