O ouvidor-geral da Polícia do Estado
de São Paulo, Luiz Gonzaga Dantas, encaminhará pedido para que policiais militares
não socorram mais vítimas de tiroteios - um recurso muitas vezes usado para
encobrir homicídios praticados pelos próprios PMs. Ele também propõe outras
mudanças, como menor carga horária e acompanhamento psicológico do efetivo.
"Queremos que, no momento em que o policial estiver em um enfrentamento,
quem faça o socorro seja o Samu ou o resgate. Policial não é médico e não tem
especialização para fazer socorro", afirma Dantas. O ouvidor também afirma
que os PMs precisam de uma melhor reciclagem. "Estamos propondo que
equipes de psicólogos e psiquiatras das universidades públicas possam fazer
parte desse grupo para avaliação psicológica do pessoal da polícia,
principalmente desses que estão na linha de frente." Ele citou como
exemplo o caso da morte do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, no dia 18,
baleado durante uma abordagem da PM. "A gente observou que foram
abordagens desastradas, inadequadas. Não é legítimo o policial usar arma de
fogo contra veículo que furou barreira", diz. Para o advogado criminalista
Alberto Zacharias Toron, o policial deve socorrer a vítima que ainda esteja
viva para não cometer crime de omissão de socorro. "Se a pessoa ainda
estiver viva, a obrigação é socorrer. Se já estiver morta, a polícia não deve
mexer no corpo. Essa é uma forma de descaracterizar a posição dos cadáveres
para impedir a realização da perícia. É preciso separar o socorro do falso
socorro."
Polêmica Após afirmação da defensora pública Daniela Skromov Albuquerque de que o Ministério Público Estadual está sendo omisso na investigação dos crimes cometidos pelos policiais, o órgão divulgou nota de repúdio. "A afirmação simplista de que há omissão por parte do MPE na apuração dos fatos revela a completa e total ignorância quanto ao trabalho sério, profissional e comprometido realizado por cada um dos promotores de Justiça envolvidos nas apurações", afirma o comunicado. Procurada, a Defensoria fez questão de elogiar o MP e "registrar o respeito e a confiança no Ministério Público", afirma o comunicado.
Imagem: Google. Fonte: Agência Estado/IG.
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