
O único detido, até o início da noite dessa quarta-feira (16), suspeito
de participação na execução do promotor de Justiça Thiago Faria Soares,
de 36 anos, morto na última segunda (14), já foi encaminhado ao Centro
de Observação Criminológica Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e
Lima. Edmacy Cruz Ubirajara foi capturado por força de um mandado de
prisão temporária ao se apresentar espontaneamente na Delegacia de Águas
Belas, no Agreste. Antes de ficar encarcerado, ele será levado ao
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Recife, onde
passará por exames periciais.
O homem foi reconhecido até mesmo pela noiva da vítima, Mysheva Martins,
principal testemunha do crime e prima do prefeito de Itaíba. Edmacy
Cruz é cunhado do homem apontado pela polícia como mandante do crime, o
fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, que permanece foragido.
Nesta quarta, familiares do suspeito detido e até mesmo o filho do
suposto mandante estiveram na delegacia de Águas Belas para alegar a
inocência da família.
Em entrevista ao Diario de Pernambuco, o advogado Leandro Ubirajara, de
28 anos, filho de José Maria, disse temer pela vida da família. “Estamos
com medo. Olha o que aconteceu com meu tio. Precisavam prender alguém.
Não dormimos em casa. Meu pai é um homem muito calado, uma pessoa
pacata. Não existe a menor possibilidade dele ser o mandante”.
Leandro Ubirajara também alegou desconhecer o paradeiro do pai. ”Há 29
anos, houve um atentando contra o meu pai. A suspeita é de que tenha
sido praticado por Seu Lourinho (sogro do promotor). Meu pai tem
cicatriz no braço, perfuração no corpo. Foram de quatro a cinco tiros de
12. Ele está sumido porque… veja ao seu redor. O circo que foi armado.
Ele teme pela própria vida”, desabafou.
Mysheva Martins também esteve na Delegacia de Águas Belas nesta
quarta-feira. Ela prestou depoimento à força-tarefa que investiga o
caso, incluindo os delegados Joselito Kehrle e Josineide Confessor, por
quase 3h30. O conteúdo da conversa não foi revelado, mas a mulher teria
reconhecido Edmacy Cruz através de fotografias. O suspeito foi detido
nessa terça e tinha sido socorrido para uma unidade de saúde, por mal
estar, quando a mulher chegou. Voltou antes que o depoimento acabasse,
mas não foi confirmado um possível encontro entre vítima e suposto
executor.
Advogado e filho do acusado dispara "o circo tá armado"
Em entrevista ao Diário de Pernambuco, o advogado Leandro Ubirajara, de
28 anos, filho de José Maria, disse temer pela vida dos familiares.
'Estamos com medo. Olha o que aconteceu com meu tio. Precisavam prender
alguém. Não dormimos em casa. Meu pai é um homem muito calado, uma
pessoa pacata. Não existe a menor possibilidade de ele ser o mandante'.
Leandro Ubirajara também alegou desconhecer o paradeiro do pai. 'Há 29
anos, houve um atentando contra ele. A suspeita é de que tenha sido
praticado por Seu Lourinho (sogro do promotor). Meu pai tem cicatriz no
braço, perfuração no corpo. Foram de quatro a cinco tiros de 12. Ele
está sumido porque... veja ao seu redor, o circo foi armado. Ele teme
pela própria vida', desabafou. Mysheva Martins também esteve na
Delegacia de Águas Belas nesta quarta-feira. Ela prestou depoimento à
força-tarefa que investiga o caso, incluindo os delegados Joselito
Kehrle e Josineide Confessor, por quase 03h30. O conteúdo da conversa
não foi revelado, mas a noiva da vítima teria reconhecido Edmacy Cruz
através de fotografias. Não foi confirmado um possível encontro entre
vítima e suposto executor: ele foi socorrido para uma unidade de saúde,
por mal estar, quando a testemunha chegou na delegacia, mas já havia
voltado antes de Mysheva deixar o local.
Entenda o caso
Thiago Faria Soares, de 36 anos, foi encontrado morto, por pelo menos
quatro tiros de espingarda calibre 12, em seu carro, um Hyundai, no Km
15 da PE-300, a caminho do Fórum de Itaíba, onde trabalhava. Ele estaria
no veículo com a noiva e Adautivo Martins, tio dela. Dois homens
ocupando um Corsa trancaram o veículo do promotor e fizeram os primeiros
disparos. Em seguida, voltaram e executaram Thiago Faria com tiros no
rosto e no pescoço. Os Martins escaparam ilesos da emboscada.
Segundo a polícia, o crime teria sido motivado por uma disputa por
terras. A Fazenda Nova, onde o promotor vivia com a noiva, tem uma fonte
de água mineral que renderia cerca de R$ 1 milhão por ano. A área foi
adquirida em leilão por Mysheva Martins em outubro passado, quando ela e
o noivo nem se conheciam. Na ocasião, a mulher desembolsou R$ 100 mil
pela propriedade. No entanto, o posseiro da terra, José Maria,
recusou-se a deixar a área.
Thiago Faria assumiu o cargo de promotor em dezembro passado em meio ao
cenário de embate pela terra. Mas a disputa havia começado há sete anos,
quando Maria das Dores Ubirajara, dona das terras, morreu. Ela não
tinha filhos e era tia da esposa de José Maria. Ao morrer, deixou a área
para 10 herdeiros, incluindo a esposa de José Maria. Depois da
aquisição das terras por Mysheva, o posseiro chegou a questionar a
validade do leilão na Justiça, mas perdeu a causa.
Em junho deste ano, foi obrigado a deixar o lugar por força de uma
imissão de posse em favor da advogada, na qual o promotor teria atuado
nos bastidores. De acordo com as investigações, ele também teria pedido
ajuda do tio da noiva, Claudiano Martins, para negociar a saída de José
Maria das terras. Ainda segundo a polícia, o promotor assassinado também
teria denunciado José Maria por crime ambiental na fazenda.
Antes de morrer, Thiago Faria chegou procurou a corregedoria do
Ministério Público de Pernambuco para informar que estava sendo
ameaçado. O promotor estava em período probatório e a corregedoria fez
uma inspeção na comarca e descobriu que havia cerca de 15 processo nos
quais ele alegava suspeição pelo fato de envolver interesses de parentes
da noiva. Por esses motivos, o promotor seria relocado para Jupi.
Fonte: Diário de Pernambuco