Falta de atenção, imprudência, imperícia e pressa causam a maioria dos acidentes de trânsito. Em 10 anos, houve um crescimento de 97,29% no número de mortes no Estado, passando de 517 (em 2003) para 1.020 (em 2012).
Os dados do ano passado representam quase três óbitos por dia e, este ano, 192 registros já foram feitos, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/SES). Os hospitais especializados em traumatologia são o retrato da desordem no trânsito, com seus leitos sempre lotados de acidentados. Foram 754 internações pelo SUS somente nos dois primeiros meses deste ano, que custaram mais de R$ 1 milhão aos cofres públicos.
Segundo o comandante do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), o tenente-coronel Paulo Sérgio Bastos, os acidentes são previsíveis e sempre têm culpados. Ele informou que 99% das ocorrências poderiam ser evitadas caso não existisse imprudência e má condução do veículo. Em 2012, 27 mil veículos irregulares foram apreendidos e 8 mil carteiras de habilitação foram retidas.
O desrespeito às leis de trânsito não parte apenas dos condutores, mas também dos pedestres que insistem em atravessar fora da faixa, por exemplo. Além disso é possível verificar ciclistas atravessando em cima de bicicletas, o que não é correto, conforme as regras. Casos semelhantes foram flagrados, em menos de 15 minutos, nas proximidades do Parque Sólon de Lucena, nas Avenidas Getúlio Vargas e Camilo de Holanda. Na manhã de quarta-feira, aconteceu uma colisão entre veículos no entorno da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Motorista deve ficar atento
Para a chefe da Divisão de Educação no Trânsito da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob), Gilmara Branquinho, a atenção é a palavra-chave para quem conduz um veículo. “O uso do celular ou até mesmo uma conversa com o passageiro ao lado pode desviar a atenção do condutor. Por conta disso, é importante que o motorista esteja atento, evitando assim acidentes”, afirmou.
Além da atenção, é importante o cumprimento das regras de trânsito, principalmente observando a sinalização, seguindo a velocidade compatível com a via. Isso pode evitar o acidente ou diminui a gravidade dele. Outro motivo que gera acidente, segundo Gilmara Branquinho, é o estacionamento em local irregular.
“Por exemplo: um carro parado numa calçada vai obrigar o pedestre a passar pela rua, sendo assim, correndo o risco de ser atropelado e isso ocorreu porque houve o desrespeito às normas de trânsito”, ressaltou, destacando a questão dos cruzamentos. Se for semaforizado tem que seguir o que determina a lei. Já naqueles que são sinalizados com placas, em especial, pare, por exemplo, deve seguir a regra e observar se pode seguir com o veículo ou não. Motivo que leva a colisão”, comentou.
Ainda de acordo com Gilmara Branquinho, o que ocasiona acidente nem sempre é a falta de conhecimento das regras, mas das consequências que gera um comportamento de de risco. Além disso, o aumento da frota de veículos também prejudica e provoca acidentes. “Se há mais carros, há mais disputa dos espaços e também dos estacionamentos”, ressaltou. Até março, no Estado, conforme estatística do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) haviam 908.577 veículos.
Ciclistas devem seguir as regras
Em relação às bicicletas, Gilmara Branquinho comentou que os ciclistas devem obedecer as regras de trânsito, seguindo na ciclovia ou na ciclofaixa. No entanto, se não tiver, o condutor deve trafegar pela borda da via, uma área pontilhada. Mas para os ciclistas também é recomendado o uso do retrovisor no lado esquerdo, uma vez que ele conduz pela direita. “Já na hora de atravessar uma faixa de pedestre, ele deve sair de cima da bicicleta porque é nesse momento que ele se iguala ao pedestre”, afirmou, acrescentando que em hipótese alguma seguir na contramão, mas no mesmo sentido do trânsito.
Situação em que o motociclista não deve fazer que é empurrar a moto mesmo que esteja desligada. Já em relação aos pedestres, a atenção deve ser redobrada. “Se não tiver calçada, deve seguir na via na parte da borda, na contramão e sempre em fila única”, orientou a chefe da Divisão de Educação no Trânsito da Semob.
Em 2012 foram 4.413 internações pelo SUS no Estado
No ano passado, o Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) registrou, na Paraíba, 4.413 internações de pessoas vítimas de acidentes de trânsito, o que gerou um custo de R$ 5.545.179,02 aos cofres públicos. Do total de pessoas atendidas, 120 não resistiram e morreram nas unidades de saúde, além dos outros que foram a óbito no momento do acidente. João Pessoa e Campina Grande foram as que mais internaram, sendo 2.202 e 1.250 casos, respectivamente.
Epitácio Pessoa, a campeã de acidentes
Se comparado os 112 primeiros dias deste ano com o mesmo período do ano passado, entre janeiro e 22 de abril, houve uma discreta redução de 5,3% no número de acidentes na Região Metropolitana de João Pessoa conforme dados do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran). Este ano, ocorreram 1.679 acidentes, enquanto que, em 2011 foram 1.773. Os corredores mais movimentados são os que registram maior número de acidentes como as avenidas Hilton Souto Maior, Josefa Taveira, Acesso Oeste, Beira Rio e a campeã: a Avenida Epitácio Pessoa. São nos horários de ida e volta do trabalho, início da manhã, no almoço e no final da tarde quando ocorrem mais de 50% das ocorrências.
De acordo com comandante do BPTran, tenente coronel Paulo Sérgio Bastos, essa redução se deve ao aumento das fiscalizações para exigir o cumprimento das regras de trânsito. “Houve um aumento na quantidade de operações, tendo uma fiscalização mais forte no rigor da lei. Houve também uma mudança na Lei Seca que também contribuiu com a redução das estatísticas. Sabemos que a embriaguez é um dos motivos para a ocorrência de acidentes”, Fonte: Gazeta universal.
