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Plantão
Neste sábado (16/05/2020),
Federação alerta: empregados da Caixa representam quase metade de bancários com
suspeita de contaminação em Pernambuco. No Ceará, 12 agências são fechadas
De acordo com Federação Nacional das
Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), situação tende a
piorar com pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial, que começa
nesta próxima segunda-feira (18) e continua centralizado no banco.
Um total de 271 bancários de Pernambuco
contraíram ou apresentam sintomas da Covid-19. Destes, 105 são empregados da
Caixa Econômica Federal e 54 deles são casos suspeitos de terem sido
contaminados pelo coronavírus. O número (54) representa 46% — quase a metade —
dos 116 trabalhadores de seis bancos com suspeitas da doença no estado, segundo
levantamento atualizado nesta sexta-feira (15) pelo Sindicato dos Bancários de
Pernambuco e a Associação do Pessoal da Caixa (Apcef-PE).
No Ceará, 12 agências da Caixa estão
fechadas por suspeitas ou confirmações de empregados contaminados pela
Covid-19. A medida foi tomada, de acordo com a Apcef-CE, em duas unidades da
capital Fortaleza (Virgílio Távora e José Walter) e em dez agências do
interior: Baturité, Camocim, Cascavel, Horizonte, Itaitinga, Limoeiro, Pacajus,
Pecem, Sobral e Tauã. Em Pernambuco, mais uma unidade precisou suspender o
atendimento nesta quinta-feira: a da Rua Capitão João Velho, no centro de
Caruaru, agreste do estado.
“A situação só tende a piorar;
inclusive, porque o pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial começa
nesta próxima segunda-feira (18) e continua centralizado no banco”, alerta o
presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica
Federal (Fenae), Sérgio Takemoto. “A insistência do governo em manter o
pagamento do auxílio centralizado na Caixa é uma atitude irresponsável,
criminosa, com riscos enormes não só para os mais de 50 milhões de
beneficiários — que têm enfrentado filas e aglomerações nas agências — como
também para os 50 mil bancários da Caixa à frente deste atendimento essencial à
população”, ressalta Takemoto, ao observar que, na segunda-feira, quase 20
milhões de cadastrados no Bolsa Família poderão fazer o saque do auxílio.
Confirmações e Suspeitas — De acordo com
a Apcef-PE e o Sindicato dos Bancários de Pernambuco, o estado registra pelo
menos 155 casos confirmados de trabalhadores com Covid-19. Além da Caixa (com
51 casos), estão neste levantamento os bancos Santander (com 35), Bradesco (com
32), Itaú (com 19), do Brasil/BB (com 14) e do Nordeste/BNB (com 4).
Em relação aos 116 bancários com
suspeitas da doença, a Caixa lidera o balanço (com 54 casos). Na sequência, os
bancos Santander (com 31 casos), Bradesco (com 16), BB (com 8), BNB (com 5) e
Itaú (com 2).
“Infelizmente, os bancários também são
vítimas da ineficiência e da irresponsabilidade do governo”, afirma o
presidente da Fenae. Além de centralizar o pagamento do auxílio emergencial na
Caixa Econômica e subestimar a quantidade de beneficiários — que pode chegar a
100 milhões de pessoas, segundo estima o próprio governo — demonstrando “total
falta de planejamento”, Sérgio Takemoto ainda aponta outro erro cometido pelo
Executivo.
“Até agora, não se fez uma ampla e
efetiva campanha de informação à sociedade, que acaba recorrendo às agências
para o cadastramento ao auxílio (que só pode ser feito pela internet ou por
aplicativo de celular) ou para situações que poderiam ser resolvidas por
telefone. Equívocos claros do governo e que impossibilitam a solução definitiva
dos problemas que estamos vendo desde o início de abril”, destaca o presidente
da Fenae.
Reiteradas Cobranças — Sérgio Takemoto
Lembra que além de ofícios à direção da Caixa e ao Ministério da Saúde —
solicitando, entre outras medidas definitivas, a descentralização do pagamento
do auxílio emergencial e a realização de uma abrangente campanha informativa à
sociedade — a Fenae e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro (Contraf/CUT) enviaram ofício ao governador da Bahia, Rui Costa,
presidente do Consórcio do Nordeste. No documento, as entidades pedem apoio aos
nove governadores da região para a organização das filas e aglomerações em
agências da Caixa.
“Diante da omissão do governo e da falta
de ações coordenadas em nível nacional, é necessário colocar todos (os órgãos
aptos) para fazerem o atendimento à população. Envolver não só os governos
estaduais como também as prefeituras, por exemplo”, defende Takemoto.
“O governo continua jogando para os
trabalhadores da Caixa a responsabilidade de organizar o pagamento do auxílio
emergencial. Esse não é o papel dos bancários, que estão se desdobrando e
colocando em risco a própria saúde para atender a todos que precisam;
especialmente, os mais carentes”, reforça o presidente da Fenae.
— Didi Galvão.
Edição CNP.
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