Plantão
Divulgado
nesta quarta-feira (18/09/2019), de que três pessoas,
sendo duas mulheres e um homem, foram presos em flagrante em Teresina nessa
segunda-feira (16), suspeitos de integrar uma rede de tráfico de crianças.
Segundo a delegada Lucivânia Vidal, da Central de Flagrante de Gênero, a prisão
aconteceu depois que uma mãe denunciou ter tido seu bebê levado pelo trio, após
ser enganada por eles.
A vítima é uma mulher de 26
anos natural de Remanso, na Bahia. A mulher estava morando em Cristino Castro,
575 km ao Sul de Teresina, quando engravidou. Ela mudou-se na metade da
gestação para Parnaíba, Litoral do Piauí. Lá, segundo relatou a delegada
Lucivânia, ela foi abordada por uma pessoa que prometeu ajuda.
“Ela é uma mulher em
situação de vulnerabilidade, tanto financeira quanto psicológica, sem os
familiares, e que se tornou uma presa fácil. Segundo ela relata, foi prometido
a ela um apoio e um amparo a ela e à criança. A pessoa que a abordou disse para
ela ir para Teresina, que ela seria ajudada”, informou.
Em Teresina, uma mulher a
recebeu e levou para casa. Essa mulher foi uma das pessoas presas e vai
responder por associação criminosa. No dia do parto, a vítima foi orientada a
dar outro nome no hospital. O nome informado foi o de outra mulher, que foi
presa suspeita de incorrer no crime previsto no artigo 242 do Código Penal.
O crime consiste em “dar
parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar
recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao
estado civil”. A pena prevista, segundo o Código Penal, é de reclusão, de dois
a seis anos.
Com isso, o bebê teve a
certidão de nascido vivo emitida pelo hospital no nome da “falsa” mãe. Além das
duas suspeitas que convenceram a vítima, foi preso ainda o marido da segunda
mulher. Ele também deve responder por associação criminosa.
Segundo a delegada, o crime
só foi descoberto após quatro dias, quando a vítima permaneceu na casa da
mulher que a havia recebido em Teresina, sem seu bebê. A delegada Lucivânia
disse que ela, então, ligou para uma amiga e pediu ajuda. A amiga buscou a PM,
que suspeitou de cárcere privado. A chegar à residência, encontrou a vítima em
um quarto, que posteriormente contou o que havia acontecido.
A mãe o bebê estão
abrigados em Teresina e recebem apoio financeiro e psicológico. O Conselho
Tutelar acompanha o caso.
Rede organizada
De acordo com a delegada,
os três integram uma rede organizada de tráfico de crianças, que já atua de
forma combinada. Os crimes dificilmente vêm à tona, segundo ela, porque as
vítimas acabam compactuando, devido à sua situação de vulnerabilidade.
“O tráfico de crianças
existe e a sociedade tem que saber. É uma coisa tão organizada que quase não se
descobre. Nem a polícia nem a imprensa descobrem. O crime é organizado, mas
essa ‘adoção à brasileira’, como chamamos, é isso. Nesse caso, a mãe denunciou,
mas existe uma rede”, explicou.
A delegada disse que os
suspeitos agora serão investigados pela Delegacia de Proteção à Criança e ao
Adolescente.
G1.

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