Patrícia Domingos disse que vai pedir judicialmente a sua realocação para o Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco), departamento que foi criado na mesma lei que extinguiu a Decasp na estrutura da Polícia Civil. “Isso é desperdiçar a capacidade produtiva e a experiência que eu tenho. A experiência que eu tenho não é nessa área”, explicou.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que “a escolha do novo cargo levou em consideração o desejo da servidora em assumir a titularidade de uma delegacia e atuar diretamente nas investigações”.
Patrícia Domingos foi chamada pela secretaria para exercer o cargo de diretora adjunta do Draco, chefiado por Sylvana Lellis. Domingos respondeu gostaria de atuar como delegada, não como diretora.
“A função, já assumida pela delegada Erica Bezerra, permite a titularidade de inquéritos e atuação direta nas investigações, como comumente acontecem nos demais departamentos que compõem a PCPE. Porém, a delegada recusou o cargo alegando desejar uma função mais técnica e voltada para as investigações”, afirmou a polícia.
Segundo a Polícia Civil, os titulares das novas delegacias de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado já haviam sido indicados.
“O DHPP é um dos departamentos mais importantes e bem equipados da Polícia Civil de Pernambuco, que possui a missão de preservar da vida, o maior bem jurídico. Em 2018, o DHPP ajudou a salvar 176 vidas na capital, comparando o número de homicídios de janeiro a outubro de 2018 com o mesmo período de 2017. O que representa uma redução de 25% nos números de homicídios”, defendeu a polícia. “A PCPE esclarece ainda que as mudanças dentro da corporação fazem parte da rotina da instituição e atendem o princípio técnico, visando unicamente o melhor desempenho da atividade policial e o atendimento a população”.
Extinção da Decasp
O projeto que extinguiu a Decasp teve a redação final aprovada pela Assembleia há uma semana, sob protestos de representantes de sindicados e associações dos policiais civis, de delegados e de integrantes do Ministério Público, além da oposição ao governador Paulo Câmara (PSB).
Foram fechadas a Decasp e a Delegacia de Crimes contra a Propriedade Imaterial (Deprim), conhecida como antipirataria. Os inquéritos que estavam nelas foram redistribuídos no recém-criado Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco). A Decasp foi a responsável por operações como a Ratatouille e a Castelo de Farinha, que investigaram supostas irregularidades na contratação de merenda escolar nas prefeituras do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca, respectivamente.
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