No Interior de Pernambuco, a dificuldade em identificar a autoria dos homicídios é ainda maior, como mostram as estatísticas. No ano passado, oficialmente, 3.060 pessoas foram mortas de forma violenta. Só 1.166 investigações foram concluídas com definição de autoria do crime. A Polícia Civil concluiu outros 85 inquéritos, mas não conseguiu identificar os criminosos.
Já na Região Metropolitana (sem englobar a capital), 1.576 inquéritos de homicídios foram abertos em 2017. Do total, 299 foram encerrados com a identificação dos responsáveis. Outros oito foram remetidos à Justiça sem apontar a autoria.
CRESCIMENTO DA VIOLÊNCIA
Levantamento do Ronda JC aponta que nos três primeiros anos da gestão do governador Paulo Câmara (2015 a 2017), Pernambuco registrou 13.795 homicídios. Se comparado com o mesmo período do segundo mandato do ex-governador Eduardo Campos (2011 a 2013), quando 9.928 mortes foram contabilizadas, houve aumento de 39% nos assassinatos. O ano de 2017 fechou como o mais violento da história.
PERFIL DAS VÍTIMAS
As estatísticas da SDS também demonstram a desigualdade de raça. Do total de homicídios registrados em 2017, 95% têm como vítimas negros e pardos. Para especialistas, esse resultado não é surpresa e é reflexo da ausência de políticas públicas, que persiste na sociedade.
Para o Ministério Público de Pernambuco, a pesquisa aponta uma omissão das instituições em relação aos negros. “Existe, inclusive, uma má vontade do Estado de fazer esse recorte nas estatísticas. E, quando as vítimas são negras, a polícia não se empenha em fazer investigação e não identifica os autores dos crimes, porque a vida daquelas pessoas não tem muito valor. Há uma indiferença das instituições. A realidade é que não há políticas para desconstruir ou minimizar isso”, afirmou a procuradora de Justiça Maria Bernadete Figueiroa. A Polícia Civil pontua que todos os homicídios são investigados com o mesmo empenho. (Com informações do Ronda JC)
Nenhum comentário:
Postar um comentário