O Estado tem mais de três mil assassinatos neste ano.
De cada 10 assassinatos, só 4 são resolvidos nas
investigações.
Em condições precárias, os policiais de Pernambuco enfrentam
uma onda de violência. O número de assassinatos no estado disparou este ano.
No maior cemitério do Recife, todo
dia, pelo menos, uma vítima de assassinato é enterrada. Em Pernambuco, de
janeiro a julho, mais de 3,3 mil pessoas foram mortas. Entre elas, o pai de
Eduardo.
“Chega a época de Dia dos Pais, do aniversário dele, você
sabendo que ele era uma pessoa alegre, brincalhona, e aí você não sabe. Não
pode mais conversar com ele, não tem como entrar em contato com ele”, relata
Paulo Eduardo Araújo Gomes, técnico em enfermagem.
Em média, neste ano, foram 15 assassinatos por dia. Um
número preocupante, segundo especialistas em segurança pública.
“Na atual situação de 2017, Pernambuco é responsável por
cerca de 12% dos homicídios que ocorrem no Brasil. E, mais ou menos, um pouco
menos de um por cento dos homicídios praticados no mundo. Apenas em Pernambuco,
um estado que tem pouco menos de 10 milhões de habitantes. Nós podemos chegar a
um recorde histórico de violência em Pernambuco, que já está em curso”, destaca
José Luiz Ratton, sociólogo/UFPE.
Quem trabalha na segurança pública denuncia que falta
estrutura para enfrentar os criminosos. De cada dez assassinatos registrados em
Pernambuco, só quatro são resolvidos pela polícia nas investigações. Na
avaliação de estudiosos, essa impunidade contribui para o aumento da violência.
E as condições ruins de trabalho impedem que os policiais vençam a força dos
bandidos.
No interior, as delegacias não têm espaço para guardar o
que é apreendido nas operações policiais. Os inquéritos ficam amontoados em
salas mofadas. Em Caruaru,
no agreste, a obra do novo centro da polícia científica está abandonada. Muitos
policiais dizem que não têm equipamentos para trabalhar.
“As delegacias estão fechando à noite porque não tem
efetivo. O crime não tem hora para acontecer”, diz Áureo Cisneiros, presidente
do Sindicato dos Policiais CivisPE.
O governo do estado diz que está trabalhando para
diminuir a violência, comprando equipamentos e realizando obras. Segundo o
secretário de Defesa Social, até o fim do ano, mais 3 mil policiais vão estar
nas ruas.
“Em Pernambuco, nós temos investido bastante em viaturas,
armamento, investindo em pessoas, na contratação de novos policiais e
efetivamente na melhoria das delegacias. Essas obras elas vão efetivamente
serem realizadas para a melhoria do trabalho do pessoal que está na ponta”,
destaca Antônio de Pádua, secretário de Defesa Social/PE.
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