Um escândalo nas redes sociais está causando polêmica no Recife.
Trata-se de adoções ilegais que estão sendo investigadas pela Polícia
Civil e pelo Ministério Público de Pernambuco (MMPE), com apoio da
Justiça. Por meio de uma página no Facebook, um bebê pode ser adquirido
por preços entre R$ 6 mil e R$ 10 mil.
Mulheres oferecem seus filhos, ainda nem nascidos, à adoção. Outras,
como quem conversa sobre uma bijuteria qualquer, disparam: “então, não
estou doando, estou vendendo”. O contato inicial é feito em uma fanpage
como a “Quero doar.Adotar seu bebê-Recife PE”, criada em 3 de julho, que
é uma entre dezenas de páginas da rede social que se propõem ao mesmo
fim. Nela, pelo menos quatro mulheres já demonstraram interesse em usar a
web para conhecer futuros tutores dos filhos. Duas delas, por dinheiro.
O esquema nem sempre fica explícito. Daiane, como se apresenta uma
mulher, supostamente de São Paulo, anuncia: “Estou grávida de seis
meses. Não tenho como cuidar, com as necessidades que uma criança
merece” e divulga um contato de e-mail. Não mais que um par de mensagens
depois, a mulher conduz a conversa para uma negociação. Procura saber
de onde parte o contato e se é feito por um casal heterossexual, antes
de garantir que há um casal de Londrina (PR) já interessado e dizer: “R$
7 mil. Pode ser metade e metade. A melhor forma é eu ficar próximo de
vocês para não acontecer desconfiança de golpes, tanto da minha parte
quanto da de vocês”, finaliza.
Mais que as anunciantes, há um grande número de pretendentes que
disputam a atenção das supostas gestantes. Publicamente, declaram
detalhes das vidas pessoais, números de celulares e e-mails, na
tentativa de ser “escolhida”. A linguagem na rede vai além de “vc”, “tc”
e carinhas animadas. “Bio”, nestas páginas, vale ouro. É como são
chamadas as mães biológicas, dispostas a ceder seus filhos sem os
trâmites formais previstos pelo Cadastro Nacional de Adoção.
Fonte: Diário de Pernambuco/O Povo com a Notícia
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