
Entenda o caso
As investigações começaram há um ano, após
denúncias de funcionários do próprio hospital à ouvidoria do governo do Paraná.
Ela foi indiciada por homicídio qualificado, por não haver chance de defesa das
vítimas. Gravações telefônicas feitas com autorização da Justiça mostraram
conversas da médica com outros médicos e demais funcionários. A polícia
entendeu, após ouvi-las, que Virgínia ordenava o desligamento de aparelhos de
alguns doentes. Virgínia trabalhava na unidade há 24 anos. Ela era casada com o
chefe da UTI, Nelson Mozachi, e assumiu o cargo quando ele morreu, em 2006. Em
nota divulgada no dia da prisão, o Hospital Universitário Evangélico disse que
abriu sindicância interna para apurar os fatos, que reconhece a competência
profissional de Virgínia e que “desconhece qualquer ato técnico dela que tenha
ferido a ética médica”. Toda a equipe do setor foi trocada. O CRM-PR (Conselho
Regional de Medicina do Paraná) manifestou preocupação com a “condenação
pública” dos envolvidos sem que “sejam realmente avaliados e julgados por quem
de direito”. Por meio de carta, a médica se disse vítima de ex-funcionários. O
filho dela, Leonardo Marcelino, e o advogado, Elias Mattar Assad, disseram que
tudo “é um grande erro da polícia” e que as denúncias “são baseadas em
depoimentos e não em provas”. Apesar de estar na UTI do hospital desde 1998 e
chefiar o setor há sete anos, Virgínia não era especialista na área. Segundo a
polícia, quem assinava por ela como chefe da unidade era outro médico.
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