A presidente Dilma Rousseff decidiu privilegiar
o papel das Forças Armadas no comando da segurança dos grandes eventos que vão
ocorrer no Brasil a partir do ano que vem – Copa das Confederações, Copa do
Mundo de Futebol e Olimpíada. A intervenção ocorreu depois que Dilma formou
convicção de que na greve em curso os policiais federais agiram para atemorizar
a sociedade em aeroportos, postos de fronteira e portos. De acordo com
assessores diretos, Dilma considera absurda a forma como os policiais federais
têm agido na greve, levando a população a constrangimentos com revistas
descabidas em malas e bolsas, além de exibição de armas em suas
operações-padrão. A presidente teme ainda que o Brasil passe por vexames, como o
que ocorreu na Rio+20, quando policiais federais tentaram fazer um protesto
durante o evento. O comando da Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos
(Sesge), subordinada ao Ministério da Justiça e dirigida por um delegado da PF,
Valdinho Jacinto Caetano, já começou a perder espaço para as Forças Armadas. Num
primeiro movimento autorizado por Dilma, o Ministério da Defesa publicou nesta
terça-feira no Diário Oficial da União portaria que prevê a redistribuição de
verbas de segurança em eventos e avança nas funções estratégicas da secretaria
em favor dos comandos do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Manifesto
Contrários à mudança do modelo estabelecido no
Decreto 7.538, que privilegia o poder civil, os secretários estaduais de
Segurança preparam manifesto, a ser divulgado nesta quarta-feira (22),
condenando a militarização da segurança pública e defendendo a manutenção da
Sesge sob o comando do Ministério da Justiça e da Polícia Federal. “A
preocupação das autoridades é quanto ao legado que ficará para a sociedade
nesses Estados que sediarão os eventos”, afirmou o secretário de Segurança de
Mato Grosso do Sul, Wantuir Jacine, que é delegado da PF e preside o Colégio de
Secretários de Segurança dos 27 Estados. Ele teme que, com a transferência do
comando e das funções da Sesge para o âmbito da defesa, o País perca a
oportunidade de melhorar seu aparato de segurança pública. Fonte: Agência Estado
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