Sete vereadores da cidade de Rio Largo, a 25
quilômetros de Maceió, e quatro empresários – um deles diretor da Usina Utinga
Leão, que fica na cidade – foram presos na noite desta sexta-feira acusados de
corrupção, por autorizarem a venda de um terreno, avaliado em R$ 21 milhões, por
R$ 700 mil, pertencente ao município. Três vereadores são considerados
foragidos. O Ministério Público de Alagoas pediu a prisão do prefeito da cidade,
Toninho Lins, mas o Tribunal de Justiça ainda não decidiu sobre o assunto.
Conforme investigações do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas
(Gecoc) – que começaram após denúncia da TV Pajuçara, afiliada da Rede Record no
estado – o prefeito encaminhou à Câmara dos Vereadores da cidade projeto de lei
para adquirir uma área de 252 hectares, da Usina Utinga Leão, em processo de
falência, para a construção de casas populares. O valor da desapropriação da
área seria de R$ 700 mil – a serem pagos à usina. A Câmara autorizou a operação,
mas, as casas não foram construídas. Assim, o prefeito encaminhou novo projeto à
Câmara, desta vez pedindo autorização para vender o terreno a uma empresa
comercial, pelos mesmos R$ 700 mil. Só que uma avaliação feita na área, a pedido
do MP, contatou que o terreno valia R$ 21 milhões. Isso significa que o metro
quadrado do terreno custou R$ 0,27 centavos. A área foi dividida em nove mil
lotes, cada um custando não menos que R$ 20 mil. Casas e empresas são erguidas
no local. Na ação penal movida pelo chefe do MP, Eduardo Tavares Mendes, o
prefeito Toninho Lins é citado como chefe de uma organização criminosa. Lins era
aliado do senador Fernando Collor (PTB) nas eleições de 2010. Na tarde desta
sexta-feira, a revendedora de veículos Blumare, cujo um dos sócios é Marcelo
José Martins, o Marcelo Cabeção, indiciado pela Polícia Federal em 2007 por ser
o “agiota” da Assembleia Legislativa e um dos principais financiadores de
campanhas eleitorais no Estado, foi alvo de busca e apreensão. Computadores, pen
drivers e documentos foram recolhidos, além de uma arma sem registro. Para o MP,
há relação entre a empresa e a venda do terreno.
Fonte: Agência O Globo/Blog Diniz K-9
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