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Divulgado nesta terça-feira
(24/12/2019), Nesta segunda-feira (23) completou um ano das mortes dos
ciclistas Anaelton Rodrigues Macedo e Rogério Teles de Siqueira.
Os amigos foram atropelados
enquanto andavam de bicicleta, no km 176, da BR 428, em Petrolina, no Sertão de
Pernambuco. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista do
carro tinha ingerido bebida alcoólica e estava com a permissão para dirigir
vencida, desde novembro. Para os familiares, esse será mais um Natal de
tristeza e saudades.
“Você imagine as famílias,
a minha e a de Anaelton, o que nós passamos, o Natal e o final de ano que nós
passamos após se deparar com uma situação dessas, a perda de dois filhos, da
maneira que nós perdemos. Fica marcado para o resto da vida. Você não esquece
nunca”, diz seu Pedro Teles, pai de Rogério.
“Um mês que sempre foi para
relembrar momentos bons, hoje está marcado por um crime. Estamos tentando
superar, mas nenhum Natal será como era”, completa o irmão de Anaelton, José
Maciel Rodrigues.
Além da dor, as famílias
dos ciclistas estão unidas em busca de uma resposta da justiça. Na época, o
motorista Lucas Roberto da Silva Amorim, hoje com 21 anos, foi liberado após
uma audiência de custódia, realizada no dia 24. Denunciado pelo Ministério
Público de Pernambuco (MPPE) pelo de crime de ‘homicídio culposo na direção de
veículo automotor sob influência de álcool’, ele está respondendo o processo em
liberdade.
“Está fazendo um ano e, até
agora, nada aconteceu. Eu queria que fosse feito justiça. Eu ainda espero que
seja feita a justiça, porém, estou achando muito difícil”, afirma seu Pedro.
De acordo com o processo
disponível no site do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), até o momento
foram realizadas duas Audiências de Instrução, na 2ª Vara Criminal do Fórum de
Petrolina, nos dias 13 de agosto e 18 de setembro. O acusado não compareceu em
e nenhuma das duas, porém o advogado dele esteve presente em ambas.
“A sensação, infelizmente é
essa, impunidade. Um ano se passou, tivemos duas audiências do caso, mas, no
meu entender, não terá punição pra quem cometeu o crime. Foi considerado como
culposo, e assim, complicado. Uma situação difícil de acompanhar. Além da
perda, a impunidade”, lamenta José Maciel.
O advogado de Lucas,
Marcílio Rubens Gomes Barbosa, explicou que, como o cliente não está morando em
Petrolina, ele vai participar da Audiência de Instrução na cidade onde reside
atualmente. “Então, legalmente ele é intimado para comparecer à audiência,
prestar o depoimento dele, no local onde ele está morando”, diz o advogado,
afirmando que a Audiência de Instrução com Lucas deve acontecer no primeiro
semestre de 2020.
O advogado também falou
sobre o motivo do cliente ter mudado de endereço. “Ele não permaneceu aqui na
cidade [Petrolina] porque tanto ele quanto a família receberam ameaças,
inclusive por redes sociais”. Por decisão da justiça, o novo endereço de Lucas
está sendo mantido em sigilo.
Anaelton e Rogério tinham
34 anos quando morreram. Os dois faziam aniversário no mesmo dia. Anaelton
deixou viúva e dois filhos, hoje com de 7 e 9 anos. Rogério tinha três filhos,
um que hoje tem 8 anos, e outros dois que agora têm 2 anos. “Perder um ente
querido da maneira que nós perdemos, as duas famílias, ficamos todos arrasados.
Ficou um vago que jamais será preenchido”, garante seu Pedro.
“A sensação é horrível.
Matou dois pais de família. São cinco crianças sem pai, para dizer o que é
certo e errado na vida. E a impunidade bate a todo momento”, destaca José
Maciel.
O pai de Rogério diz que o
filho estava utilizando o esporte como uma maneira de superar a depressão. Para
as duas famílias, a lembrança da morte repentina dos amigos ciclistas ainda
machuca.
“A gente se deparou com uma
morte trágica, dessa forma que aconteceu e ficamos todos abalados. A cada
momento que você olha para algum pertence, algumas coisas que eles deixaram, só
em lembrar, a gente se emociona, fica muito triste. A dor é profunda, só sabe
quem passa por um momento desse”, diz seu Pedro.
Entenda o caso
Anaelton Rodrigues Macedo e
Rogério Teles de Siqueira, ambos com 34 anos, foram atropelados e mortos no dia
23 de dezembro de 2018, quando andavam de bicicleta no km 176, da BR 428. Na
época, a Polícia Rodoviária Federal disse que o motorista do carro tinha
ingerido bebida alcoólica e estava com a permissão para dirigir vencida, desde
novembro.
O motorista do veículo foi
identificado como Lucas Roberto da Silva Amorim, então com 20 anos. Após o
acidente, ele foi contido por outros ciclistas que pedalavam no local. O carro
que Lucas dirigia capotou e pegou fogo. Segundo a PRF, ele informou que não se
lembrava de nada relacionado ao acidente.
G1 Petrolina.
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